Hyldon
Por
Antonio Carlos da Fonseca Barbosa
O cantor, compositor, violonista e guitarrista baiano
Hyldon é um dos grandes representantes da Soul Music Brasileira (ao lado
de Tim Maia e Cassiano).
Ainda criança se mudou para o Rio de Janeiro - RJ e
nesta época trocou um relógio que ganhou no seu aniversário por um violão
com seu Tio Dermy. Doce ironia do destino: Hyldon nunca mais
usou relógio e não largou mais o violão. Em 1965, influenciado pelos The
Beatles e incentivado pelo seu primo Pedrinho (guitarrista do
The Fevers), montou uma banda chamada Os Abelhas. Esta banda,
formada com garotos da sua idade, fez muitos bailes em clubes de Niterói
- RJ e cidades vizinhas. Quando Hyldon estava empolgado com os
caminhos que a sua vida estava tomando, sua mãe decide voltar para o
interior da Bahia. Duro foi convencê-la que já havia decidido que sua
vida seria viver da música e queria continuar morando no Rio. Como só
tinha dezesseis anos, sua mãe concordou com a condição de que ele só ficaria
no Rio de Janeiro se fosse morar com seu primo Pedrinho. Dito
e feito, Hyldon passou a acompanhar o primo em todos os lugares. A
mão do destino então deu seu toque mágico. Certo dia, o outro guitarristas
dos Fevers, o Almir, faltou a uma gravação, alguém sugeriu que
o Hyldon o substituísse, apesar de nervoso e suando na mão, ele se
saiu muito bem. A partir daquele dia, passou a ser o reserva oficial da
banda. Esta oportunidade propiciou o contato com estúdios, maestros, músicos
e produtores, e assim Hyldon realizava seu sonho de entrar para o
mundo da música.
Sua primeira música “Eu me enganei” foi gravada
quando ele estava com dezessete anos de idade e seu primo e tutor
Pedrinho precisou assinar o contrato de edição por ele. A era cantada
pelo argentino Robert Livi e para surpresa de todos, foi um sucesso,
chegando a atingir mais de 100 mil cópias vendidas. Hyldon começou
então a ser reconhecido também como compositor gravando várias canções com
Jerry Adrianni, Wanderley Cardoso, Wilson Simonal, Gerson Combo, Tony
Tornado, Pedro Paulo, Elizabeth, Adriana, The Fevers, Rosa Maria, Carlos
José etc. À procura de novas experiências musicais, aos poucos foi
abandonando o grupo de seu primo, The Fevers, buscando seu próprio
caminho. Passou a ser muito requisitado para gravações e shows; tocou com
Os Diagonais (de Cassiano), Wilson Simonal, Eliana Pittman,
Tony Tornado e Tim Maia (de quem foi parceiro). Participou de festivais
como intérprete e como autor chegando a tirar segundo lugar num dos
festivais mais importantes daquela época o Festival de Juiz de Fora,
defendendo a música Mês de fevereiro do compositor Hélio Matheus.
Fez amizade com Cassiano e Tim Maia que o incentivaram muito a
gravar suas músicas cantando.
No seu primeiro disco em 1973 (compacto simples) com duas
músicas, a balada Na Rua, na Chuva, na Fazenda fez sucesso nas
rádios. Em 1974 o sucesso se repetiria com outro single, puxado pela canção
As Dores do Mundo. Em 1975 seu primeiro LP - Na Rua, na Chuva, na
Fazenda (Casinha de sapê). O Brasil cantou com ele “Larga de ser boba e
vem comigo, existe um mundo novo e quero te mostrar”, que é a primeira frase
de mais um sucesso: Na Sombra de uma Árvore. Neste disco, tem outras
pérolas como Acontecimento, Sábado e Domingo e Vamos passear de
bicicleta?
Segue abaixo entrevista exclusiva de
Hyldon para a
www.ritmoemlodia.mus.br
em 01/10/2011:
1-) Ritmo Melodia – Qual sua data de nascimento e sua cidade natal?
Hyldon – Nasci
dia 17 de Abril de 1951.
2-) RM – Fale do seu primeiro contato com a música?
Hyldon –
Músicas que tocavam na feira da cidade onde vivi até seis anos de idade,
eram Luiz Gonzaga, Os Cantadores de viola, a Banda de pífano de Caruaru -
PE e o que eu ouvia no serviço de alto-falantes da cidade que tocavam os
sucessos da época.
3-) RM – Qual sua formação musical e acadêmica fora música?
Hyldon – A
minha formação musical sou autodidata e escolar cursei ensino médio
completo.
4-) RM – Quais suas influências
musicais no passado e no presente? Quais que deixaram de ter importância?
Hyldon –
Tudo que ouvi na minha vida me influenciou.
Principalmente
música brasileira na infância e rock na adolescência, depois a soul music.
5-) RM – Quando, como e onde você começou sua carreira profissional?
Hyldon – Eu
comecei tocar em um conjunto de baile que eu mesmo formei. Eu tinha 13 anos
de idade e morava em Niterói - RJ.
6-) RM – Qual foi a gravadora que você fez o primeiro contato e contrato? Em
que ano?
Hyldon –
Gravei pela primeira vez como guitarra na CBS em 1967, substitui o
guitarrista do The Fevers. Eu tinha 16 anos de idade, incompletos.
7-) RM – Você lançou seu primeiro LP em 1975 tendo Na rua, na chuva e na
fazenda; As Dores do Mundo e Na Sombra de uma Árvore tocando em algumas
rádios no Rio de Janeiro. A gravadora pagou “o jabá” para as músicas tocarem
em rádio de outros Estados e alcançar o sucesso nacional?
Hyldon – Antes
de gravar, eu toquei muito em shows e gravações de outros artistas (Simonal,
Wanderléa, Erasmo Carlos, Luís Melodia, Tim Maia, Tony Tornado, Eliana
Pitman). E em 1973 gravei e assinei meu primeiro contrato como cantor.
Foi um compacto simples com duas músicas: Na rua, na chuva, na fazenda
do Lado A e Meu Patuá do o lado B. A música do Lado A ficou em
primeiro lugar no Brasil. Nessa época não tinha Jabá, graças a Deus.
8-) RM – Fale da importância financeira
(através dos shows e direitos autorais) e de como sua carreira musical
deslanchou após estas três canções?
Hyldon –
Nunca visei dinheiro, sou um idealista. Logo cedo descobri minha vocação e
trabalhar naquilo que gosto é uma dádiva. O dinheiro é uma
conseqüência, não
o objetivo final, pelo menos pra mim.
9-) RM – Após emplacar três sucessos no disco de estreia mudou para melhor o
tratamento da gravadora para com sua carreira?
Hyldon – Nunca
me entendi muito bem com as gravadoras. Uma questão de filosofia. Eles
queriam resultados imediatos, tentaram me manipular, mas nunca deixei que
dessem palpite nas minhas músicas. Então, eram objetivos opostos.
10-) RM – Quantos discos gravadoras?
Hyldon – Não
sou chegado em números, em passado, nunca parei pra contar quantas músicas
eu tenho gravadas.
Discografia:
Soul Brasileiro - (2009)
1. Três éguas, um jumento e uma vaca (Hyldon)
2. Brazilian samba soul (Hyldon)
3. Medo da solidão (Hyldon)
4. Copacabana beach (Hyldon)
5.
A moça e o vagabundo ( Hyldon e Zeca Baleiro )
6. Forró DA Boca Pequena (Hyldon)
7. Bahia com Agá (Hyldon e Jacks Wú)
8. Kankú Mussá - O Guerreiro Africano (Hyldon e Ramon
Torres)
9. Rapaz de São Paulo (Hyldon)
10. O Último Latino Americano (Hyldon e Mauro Santa
cecília)
11. Domingo Triste (Hyldon )
12. O Vento que Vem do Mar (SUDOESTE) –(Hyldon)
13.
A Viola e a Moringa (Guinguiana) (Hyldon)
14. O Choro da Donzela (Hyldon e Ricardo Brasil)
O Vendedor de Sonhos - (2003)
1 - Pelas Ruas da Cidade (Hyldon)
2 - O Vendedor de Sonhos (Bertrami - Mamão - Alex Malheiros
- Hyldon)
3 - Amor Secreto (Hyldon)
4 - Alanís (Hyldon)
5 - Não Me Dei Conta (Júnior Mendes - Hyldon)
6 - O Prisioneiro (Bertrami - Mamão - Alex Malheiros -
Hyldon)
7 - Sentimento Bom (Hyldon)
8 - Forró do Marinheiro (Hyldon)
9 - Sambafunk (Hyldon)
10 - Vamos Passear de Bicicleta? (Hyldon)
11 - Reféns da Solidão (Jorge Salomão - Hyldon)
12 - Momento de Paz (Hyldon)
13 - As Dores do Mundo (Hyldon)
14 - Homem-Pássaro (Alex Malheiros - Hyldon)
15 - Na Rua, na Chuva, na Fazenda [Casinha de sapê] (Hyldon)
Velhos Camaradas II - Tim Maia, Cassiano e Hyldon - (2002)
1 - Não quero dinheiro [Só Quero Amar] (Tim Maia)
Interpretação: Tim Maia
2 - Nanar contigo (Cassiano)
Interpretação: Cassiano
3 - Primeira pessoa do singular (Caetano Veloso - Hyldon)
Interpretação: Hyldon
4 - Eu amo você (Tim Maia - Cassiano)
Interpretação:
Tim Maia
5 - I
don´t know what to do with myself (Tim Maia - Hyldon)
Interpretação: Tim Maia e Hyldon
6 - Palavra de amor ao vento (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
7 - Hoje é natal (Cassiano)
Interpretação: Cassiano
8 - Chocolate (Tim Maia)
Interpretação: Tim Maia
9 - Táxi pra Bahia (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
10 - Preciso ser amado (Tim Maia)
Interpretação: Tim Maia
11 - Ana (Cassiano)
Interpretação: Cassiano
12 - Pelas ruas de Los Angeles (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
13 - Não fique triste (Cassiano)
Interpretação: Tim Maia
14 - Saia dessa fossa (Cassiano)
Interpretação: Cassiano
A Turminha do Bebê - Meu Primeiro CD - (composto, produzido e arranjado por
Hyldon - 2006)
1 - Canção do despertar
2 - Vamos tomar banhinho
3 - Passeio pela cidade
4 - O balanço vai e vem
5 - Quero o meu papá
6 - Casa barulhenta
7 - Upa, cavalinho!
8 - Ginástica do bebê
9 - Era uma vez um rei
10 - Dorme neném, dorme feliz
11 - Dorme neném, dorme feliz (instrumental)
Velhos Camaradas I - Tim Maia, Cassiano e Hyldon - (1993)
1 - Primavera [Vai Chuva] (Silvio Rochael - Cassiano)
Interpretação: Tim Maia
2 - Na sombra de uma árvore (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
3 - De bar em bar (Paulo Zdanowski - Cassiano)
Interpretação: Cassiano
4 - Réu confesso (Tim Maia)
Interpretação: Tim Maia
5 - As dores do mundo (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
6 - Salve essa flor (Paulo Zdanowski - Cassiano)
Interpretação: Cassiano
7 - Coroné Antônio Bento (Luiz Wanderley - João do Vale)
Interpretação: Tim Maia
8 - Na rua, na chuva, na fazenda [Casinha de sapê] (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
9 - A lua e eu (Paulo Zdanowski - Cassiano)
Interpretação: Cassiano
10 - Gostava tanto de você (Édson Trindade)
Interpretação: Tim Maia
11 - Sábado e domingo (Nenem - Hyldon)
Interpretação: Hyldon
12 - Coleção (Paulo Zdanowski - Cassiano)
Interpretação: Cassiano
13 - Azul da cor do mar (Tim Maia)
Interpretação: Tim Maia
14 - Acontecimento (Hyldon)
Interpretação: Hyldon
Hyldon - (1989)
1- Pétalas vermelhas (Hyldon)
2 - Coração cigano (Hyldon)
3 - Vá embora, tristeza (Hyldon)
4 - Uma chance pra nós dois (Hyldon)
5 - Muito além da razão (Hyldon)
6 - O mundo fica triste sem você [Obaluaê] (Hyldon)
7 - O amor é como a flor (Hyldon)
8 - Trem da madrugada (Hyldon)
9 - Caminho de Santiago (Paulo Coelho - Hyldon)
10 - Vem comigo (Cecília Meireles - Hyldon)
Coração Urbano - (1987)
1 - Parceiros (Hyldon)
2 - Ouvi dizer (Hyldon)
3 - Coração urbano (Cláudio Rabelo - Hyldon)
4 - Metrópole (Hyldon)
5 - Novas emoções (Hyldon)
6 - Cara-metade [Solidão vá...] (Hyldon)
7 - Lágrimas perdidas (Ronaldo Bastos - Hyldon)
8 - Frutos e frutas (Zoé Medina - Hyldon)
9 - Uma história de amor (Hyldon)
Sabor de Amor - (1980)
1 - Vadiagem (Hyldon)
2 - Sabor de amor (Hyldon)
3 - A última balada (Hyldon)
4 -
Leva-la-ei [Like a bird flying] (Hyldon)
5 - Renascimento (Hyldon)
6 - Siga o teu caminho (Ivan Miguel - Hyldon)
7 - Cubana (Jackson Goes - Hyldon)
8 - São Conrado (Hyldon)
9 - Amor, riso e lágrimas (Hyldon)
10 - Amor na terra do berimbau (Hyldon)
11 - Vem dançar o samba (Alexandre - Hyldon)
12 - Viveiro de pássaros (Hyldon)
Nossa História de Amor - (1977)
1 - Eu gostaria de saber (Hyldon)
2 - Conselhos (Hyldon)
3 - Eu sou um anjo (Hyldon)
4 - O gavião solitário (Hyldon)
5 - Porque vivo só (Tereza - Alex Malheiros - Hyldon)
6 - Nossa história de amor (Hyldon)
7 - Estão dizendo por aí (Hyldon)
8 -
Solange (Hyldon)
9 - Amor
platônico (Hyldon)
10 - Rainha de Copacabana (Hyldon)
Deus, a Natureza e a Música - (1976)
1 - Deus, a natureza e a música (Jacks Wu)
2 - Estrada errada (Hyldon)
3 - Primeira pessoa do singular (Caetano Veloso - Hyldon)
4 - Homem-pássaro (Alex Malheiros - Hyldon)
5 - Morte doce (Hyldon)
6 - Pra todo mundo ficar sabendo (Hyldon)
7 - Adoração (Hyldon)
8 - Cor de maçã (Hyldon)
9 -
Búzios (Hyldon)
10 -
Sheila Guarany (Hyldon)
• Parte I – O Cotidiano
• Parte II – As aventuras de Sheila Guarany nas estórias de
Alice Maravilhosa
• Parte III – A realidade
11 - O boiadeiro (Hyldon)
12 - Pra dizer adeus (Edu Lobo - Torquato Neto)
Na Rua, na Chuva, na Fazenda - (1975)
1 - Na rua, na chuva, na fazenda [Casinha de sapê] (Hyldon)
2 - Na sombra de uma árvore (Hyldon)
3 - Vamos passear de bicicleta? (Hyldon)
4 - Acontecimento (Hyldon)
5 - Vida engraçada (Hyldon)
6 - As dores do mundo (Hyldon)
7 - Guitarras, violinos e instrumentos de samba (Hyldon)
8 - Sábado e domingo (Nenem - Hyldon)
9 - Eleonora (Hyldon)
10 - Balanço do violão (Beto Moura - Hyldon)
11 - Quando a noite vem (Hyldon)
12 - Meu patuá (Hyldon)
11-) RM – Relate como foram seus anos no topo do sucesso? Quanto tempo
permaneceu em evidência? Quais os excessos que você evitaria hoje? E o que
você deixou de usufruir que aproveitaria hoje?
Hyldon –
Não me arrependo de nada. Mas poderia ter uma equipe de bons advogados pra
discutir meus contratos e um psicólogo pra me ouvir. Assim, teria evitado
alguns atritos. Afinal as gravadoras eram grandes
multinacionais com
altas estruturas empresariais, inclusive com os melhores advogados.
12-) RM – Você viveu como hippie nos
anos 60 e 70?
Hyldon – Uma
vez eu disse pra repórter da Folha de SP que eu tinha cabelos tipo
hippie (era moda tipo black Power) e que estava fazendo um disco
independente seguindo a linha punk Do it yourself (Faça você mesmo). A
Folha me deu a capa da n Ilustrada e tacou em letras garrafais "Ex
Hippie agora é punk" (só rindo). Nunca fui hippie, muito menos punk. Eu
trabalho desde 14 anos de idade comecei fazendo bailes. Eu tocava por 4 h no
baile. O nome do meu primeiro conjunto de baile era Os Abelhas.
13-) RM – Como, onde e quando você conheceu o Tim Maia?
Hyldon – Nos
bastidores da gravadora Philips. No dia que ele foi gravar com Elis
Regina "These are the songs'
14-) RM – Quais suas músicas em parceria com o Tim Maia?
Hyldon –
Tem algumas que o Tim gravou como A
fim de voltar, Dance is Over, Booggie Esperto, I
don't know what to
do with myself e outras simplesmente se
perderam, toda vez que parávamos pra tocar a gente fazia alguma coisa.
15-) RM – Você leu o livro do Nelson Motta sobre o Tim Maia?
Hyldon – Não.
16-) RM – Quais os motivos para não ler o livro?
Hyldon –
Prefiro viver com minhas lembranças. O Tim foi como um irmão mais
velho pra mim. Toquei com ele em shows, em discos e era meu parceiro e amigo
de verdade. E musicalmente aprendi muito com ele.
17-) RM – Como, onde e quando você conheceu o cantor e compositor paraibano
Cassiano?
Hyldon – Nos
estúdios. O Cassiano tinha um trio vocal chamado Os Diagonais
que além de fazer seus próprios discos fazia vocais para vários artistas. E
a gente se esbarrava pelos corredores das gravadoras, até que um dia seu
irmão me chamou pra fazer uma viagem de três meses pelo Brasil. Foi aí que
ficamos amigos.
18-) RM – Quais suas músicas em parceria com o Cassiano?
Hyldon – Temos
meia música. Começamos em um apartamento que eu morava em Ipanema, mas não
terminamos. Parceria é como sexo tem que ter química. Mas nos damos muito
bem, de vez em quando ficamos horas no telefone conversando.
19-) RM – Qual é sua relação pessoal e profissional com o Cassiano hoje?
Hyldon –
Amizade somente.
20-) RM – Na sua opinião o que levou o Cassiano sair da cena musical?
Hyldon –
Não posso responder o que pensa
a cabeça dele.
21-) RM – Como, onde e quando você conheceu o cantor e compositor carioca
Dalto?
Hyldon – Por
incrível que pareça, apesar de sermos contemporâneos, nos conhecemos há 3
anos. O Dalto é uma pessoa incrível, muito musical e está em plena
forma.
22-) RM – Quais suas músicas em parceria com o Dalto?
Hyldon – Um
dia quem sabe faremos uma.
23-) RM – Qual é sua relação pessoal e profissional com o Dalto hoje?
Hyldon –
Somos amigos, de vez quando fazemos shows juntos. No dia 22 de julho
de 2011 tocamos em
Manaus – AM. Ele fez
o show dele e eu fiz o meu e depois cantamos alguma coisa juntos.
24-) RM – Fale da importância de ter gravado o disco Velhos Camaradas com o
Tim Maia, Cassiano? Qual foi o ano gravação?
Hyldon –
Gravamos em 1981. Foi muito legal, nos apresentamos em vários programas de
televisão,
inclusive no Fantástico da Rede Globo e vários shows. Foi uma
experiência única.
25-) RM – Como você começou a explorar e se aprofundar no soul music?
Hyldon –
Desde que ouvi Ray Charles, Stevie Wonder, Temptations, Diana Ross, Otis
Redding e Marvin Gaye.
26-) RM – Como você se define como cantor/intérprete?
Hyldon – Uma
pessoa que ama o que faz e procura estar atualizado com o que está rolando
pelo mundo.
27-) RM – Você estudou técnica vocal?
Hyldon –
Fiz aulas de canto. O que foi muito bom para mim. Aprendi que a técnica
aliada à
emoção é imbatível.
28-) RM – Você estudou guitarra?
Hyldon – Muito
pouco, aprendi vendo outros músicos tocando como Neco, Zé Menezes e
meu ídolo Jimmy Hendrix.
29-) RM – Quais os cantores e cantoras que você admira?
Hyldon – Tem
muita gente nova Aline Calixto, Céu, Karina Buhr, Mônica Salmaso, Quinho,
Léo Cavalcanti, Marcelo Janeci e Léo Maia.
30-) RM – Como é seu processo de compor? Quem são seus parceiros musicais?
Quem, além
de você,
gravou suas canções?
Hyldon –
Eu não tenho nada pré - estabelecido. A música vem e pronto. Pode ser no
carro,
andando na rua ou em casa tocando um instrumento. Tenho feitos parcerias que
tem me dado muitas alegrias, com Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown,
Marechal, Jorge Aílton e meu parceiro mais constante atualmente o
Zeca Baleiro.
31-) RM – Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de
forma independente tendo passado por uma estrutura de gravadora?
Hyldon – Dá
trabalho, mas a sensação de liberdade é maravilhosa
32-) RM – Como é para você ser mais reconhecidos hoje pelos seus três
sucessos (Na rua, na chuva e na fazenda; As Dores do Mundo e Na Sombra de
uma Árvore) do que pela importância de sua obra musical?
Hyldon – Tenho
outros sucessos. Só que esses atravessaram várias gerações e acabaram
ocupando mais espaços.
33-) RM – Você hoje fazendo uma
auto-análise da sua obra e com o distanciamento
profissional necessário apontaria algumas músicas sua que são iguais ou
melhores dos seus três sucessos citados?
Hyldon –
Músicas são como filhos. E gosto de todas inclusive das inéditas.
34-) RM – Conte a história da musa que inspirou Na rua, na chuva e na
fazenda; As Dores do Mundo e Na Sombra de uma Árvore?
Hyldon –
São historias de amores que vivi,
é tipo um auto-retrato. Na rua, na chuva e
na fazenda e
As Dores do Mundo foram feitas pra uma
mineira que conheci na Bahia chamada Gioconda. E Na Sombra de uma
Árvore para uma modelo, uma grande paixão chamada Eliane.
35-) RM – Quantas regravações e quem regravou Na rua, na chuva e na fazenda;
As Dores do Mundo e Na Sombra de uma Árvore?
Hyldon – Nunca
parei para contar. Como disse não sou ligado em números.
36-) RM – Fazendo uma auto-análise dos seus mais de 35 anos de carreira
musical quais os acertos e erros que você cometeu?
Hyldon – Erros
todos nós cometemos. Tive os meus, mas não fico remoendo. Acertos? O maior
foi ter conhecido minha esposa Zoé que me deu duas lindas filhas e me
atura há 28 anos.
37-) RM – Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem
como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Hyldon –
Seu Jorge, Arnaldo Antunes e Zeca Baleiro só para citar três.
38-) RM – Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira
musical?
Hyldon – Fazer
um show em São Paulo no Sesc Ipiranga totalmente rouco e o
público cantar todas as músicas pra mim.
39-) RM – O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Hyldon – Mais
feliz, é fazer uma música nova. E mais triste ver um jovem artista começando
sem chance de mostrar seu trabalho.
40-) RM – Nos apresente a cena musical na cidade que você mora hoje?
Hyldon – Moro
no Rio de Janeiro e a cena é todo mundo junto e misturado: samba, rock,
choro, funk e hip hop.
41-) RM – Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?
Hyldon – São
tantas. No momento só lembro da Parafhernália do Rio de Janeiro
e Orquestra Cabaré de Belo Horizonte - MG.
42-) RM – Você acredita que além dos seus três grandes sucessos já citados,
outras músicas sua tocariam
hoje nas rádios sem o jabá?
Hyldon – Acho
que o jabá vai acabar. E hoje tem rádios alternativas em todo Brasil como a
Educadora na Bahia, a Cultura em São Paulo e a internet com milhares de
músicas. Há que saber garimpar.
43-) RM – O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Hyldon –
Prepare um plano B. Como buscar uma formação superior primeiro.
44-) RM – Quais os seus projetos futuros?
Hyldon – Estou
lançando o CD Soul Brasileiro - Edição Extra e um clipe que acabamos
de gravar da música Brazilian Samba Soul deve sair em meado de agosto
de 2011.
45-) RM – Contatos ?
Hyldon –
www.hyldon.com.br
http://baiaboyisback.blogspot.fr/2014/10/hyldon-viveiro-de-passaros-1981.html
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